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EMOçãO E SENSAçãO DE DEVER CUMPRIDO MARCAM O ENCERRAMENTO DAS MANOBRAS ACADêMICAS DO CURSO DE FORMAçãO DE PRAçAS

  • 30/04/19
  • 12:04

Acampamento aconteceu durante três dias e consolidou as disciplinas estudadas no curso

Por Stephany Domingos

 

Não pergunte se são capazes, apenas dê a missão! E com um sentimento de superação de limites, os 122 alunos do Curso de Formação de Praças do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CFP BM)  estiveram empregados nas Manobras Acadêmicas (MABOM), etapa que finaliza e consolida o que foi estudado no decorrer desses 10 meses de curso.

O MABOM, também conhecido popularmente como acampamento, é um exercício operacional que tem por objetivo permitir que os participantes do CFP possam concretizar as conhecimentos adquiridas no decorrer do curso, materializando o ensino-aprendizagem através da aplicação prática dos conteúdos em um contexto de realidade simulada. 

Organizado sob os fundamentos do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), o MABOM foi desenvolvido em uma proposta interdisciplinar, complementando e integrando conteúdos trabalhados ao longo das várias disciplinas do curso, oportunizando o emprego de técnicas e táticas em condições de estresse físico e emocional, de maneira a aproximar os discentes do contexto real de uma grande operação.

Foram três dias de instrução, iniciados na sexta-feira, 26, com término na manhã desta segunda-feira, 29. O início das atividades foi marcado por uma marcha de 15km até a Utinga Leão, no município de Rio Largo, local onde foram desenvolvidas as instruções. O sábado contou com o apoio do Exército Brasileiro que ensinou sobre sobrevivência com as oficinas de obtenção de alimentos de origem animal, obtenção de alimentos de origem vegetal e obtenção de água e produção de fogo, além de ceder barracas e outros materiais para a logística do acampamento. Ainda no sábado, aconteceu a instrução de Resgate em Áreas Inundadas (RAI) com a participação dos militares do GSA e pra encerrar, a instrução de navegação com o cabo Moraes, além de outros bombeiros voluntários.

No domingo, foram realizados os simulados, além de algumas instruções complementares. Aconteceram os simulados de RAI e de Busca e Salvamento em região de mata e também foram desenvolvidas as instruções de zona de pouso de helicóptero com apoio do Grupamento Aéreo que mostrou como receber o helicóptero em uma grande operação, além da oficina de salvamento terrestre. No final do dia foi desmontado o posto de comando de incidentes para se preparar para a marcha de retorno ao Grupamento de Incêndio.

O capitão Luiz Augusto, chefe da seção de legislação de ensino da Superintendência de Ensino e Pesquisa, enfatizou a participação do corpo de médicos e enfermeiros da Superintendência de Saúde que foi fundamental para que as instruções continuassem. “Os médicos e enfermeiros realizaram alguns atendimentos que fizeram com que o MABOM não parasse. Os alunos eram atendidos e em seguida, depois de estáveis, retornavam para as instruções. Este foi um aspecto essencial para a continuidade do exercício”, falou o oficial.

O capitão destacou a participação de um número muito grande de voluntários e setores que viabilizaram o desenvolvimento das atividades. “Foi um envolvimento macro da corporação. Nós pudemos testar a montagem do SCI como se tivesse ocorrido um grande desastre. Com isso, observamos como a máquina da corporação funciona. O resultado superou as expectativas e agradecemos a cada militar que se envolveu e deu seu melhor”, disse o capitão Luiz Augusto.

ENCERRAMENTO DO MABOM

Depois de três dias de instruções, o MABOM foi encerrado com uma marcha de 12km para o GI em que os alunos estavam com um desgaste físico e emocional elevado. Esse desgaste faz parte da proposta pedagógica desse tipo manobra, pois visa colocar o bombeiro em uma situação diferenciada e com isso prepará-lo para um desastre real em que as equipes podem ficar 48h em campo, atuando.

A chegada ao GI foi marcada pela sensação de dever cumprido que pôde ser visto no olhar de cada aluno que entrava pelas portas do quartel e foi recepcionado com um reconfortante banho de mangueira.

E quando o comandante geral da corporação, coronel André Madeiro, após parabenizá-los por toda superação dos últimos dois dias, comandou o “meia volta volver”, eles foram surpreendidos por seus familiares que com lágrimas nos olhos estavam prontos para dar aquele abraço de “eu tenho muito orgulho de você”.

O aluno Cristiano Lins resumiu esses três dias como os mais intensos da sua vida. “Saímos de uma marcha longa e muito cansativa, e chegamos em um local completamente novo. Desde então, não paramos, sempre estávamos de uma instrução para a outra, aprendendo e vivenciando coisas novas e superando cada limite que a gente achava não superaria. Foram dias incríveis, vi o quanto somos fortes e tudo isso foi graças a preparação que tivemos. Há 10 meses eu não conseguiria e hoje eu sei que posso”, disse o futuro soldado bombeiro militar.

Após muitos choros, cartazes emocionados, abraços calorosos e um momento que ficará marcado na vida de cada um que vivenciou cada momento desses últimos três dias, eles foram agraciados com um café da manhã organizado pelos próprios familiares e puderam ir para suas casas descansar e repor as energias para os próximos dias que virão.