Os trabalhos foram apresentados pela major Elaine Monteiro e pela cabo Willienay Tavares nos dois primeiros dias de evento, respectivamente
Por Stephany Domingos
No mês de julho deste ano, como parte das comemorações da Semana do Bombeiro, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas realizou o I CATS, Curso de Atendimentos a tentativas de suicídio e partindo das atividades realizadas nesse curso, foram elaborados dois trabalhos, inscritos e aprovados no Senabom que está acontecendo em Foz do Iguaçu, do dia 21 ao dia 23 de novembro.
A cabo Willienay Tavares e o tenente coronel Jack Emerson, ambos de Alagoas e o major Edir Paixão, do CBMCE, elaboraram o trabalho com o tema "O Curso de Atendimento a Tentativas de Suicídio: Um Relato de Experiência" que foi apresentado no Senabom no dia 21 pela cabo Willienay.
Em seu trabalho ela quis relatar as experiências vividas antes e depois do I CATS, a qual teve a oportunidade de participar como aluna. "Antes, nós bombeiros, quando acionados para uma ocorrência deste tipo, tínhamos na cabeça a ideia de retirar o tenta te daquela situação a qualquer custo, e muitas vezes de maneira forçada. No Curso, nós aprendemos que lidar com essas situações requer técnicas de escuta. Então nossa abordagem é uma abordagem técnica de escuta ativa baseada na compreensão e na empatia e só em último caso realizamos a abordagem tática, o rapel", disse a bombeira.
Outro trabalho tendo como tema central o suicídio também foi apresentado. "A Viabilidade do Rapel de Impacto no Atendimento a Tentativas de Suicídio" foi elaborado pela Major Elaine Monteiro, pelo capitão Cristian Bons, ambos do CBMAL e pelo sargento Danilo Magliano, do CBMPE. Nesse trabalho é estudada a técnica de rapel de impacto, sendo principalmente verificada a força de choque que é dissipada no sistema e consequentemente no bombeiro que faz a abordagem.
Segundo a major Elaine, em sua apresentação no Senabom que ocorreu no dia 22, a abordagem tática é realizada quando a abordagem técnica por meio do diálogo exaustivo não consegue fazer com que o tentante desista e saia por sua própria vontade da situação, nestes casos a técnica do rapel de impacto é uma das que podem ser utilizadas e que foi a estudada no trabalho. "Neste caso, a técnica discutida e analisada foi o rapel na qual é feita a ancoragem no pavimento imediatamente acima ao tentante e o bombeiro desce no rapel com os braços abertos. O freio é feito através de um nó de mola conectado ao mosquetão na cadeirinha do Bombeiro", explicou a major, completando que o que os motivou a realizar essa pesquisa foi a NR 35 que regulamenta que a força máxima de impacto em um corpo humano deve ser de 6KN em muitas situações, após treinamentos de abordagem usando a técnica de rapel de impacto, muitos bombeiros relatam dores principalmente na região lombar.
Tanto a major Elaine quanto a cabo Willienay já são experientes em inscrever e apresentar trabalhos no Senabom. As duas militares são enfermeiras, com mestrado na área da saúde. É terceiro ano consecutivo que ambas tem trabalhos aprovados no evento. A cabo Willienay vem seguindo uma linha de pesquisa que a interessa bastante na área de saúde mental e a major Elaine, além desse, fez mais uma apresentação, pelo Comitê de Bombeiras e emplacou um outro trabalho, apresentado pelo cabo Guimarães, no Sobrasa Rescue.
