Alessandra Lima (sob supervisão) / Ascom CBMAL
O Núcleo de Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (NSQVT) do Corpo de Bombeiros realizou nesta quinta-feira (17) o I Encontro com os Pais e Mães de Filhos com Autismo e TDAH. O evento foi realizado no Ginásio Sesi, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, e tem o intuito de criar um espaço acolhedor e solidário para a troca de experiências entre os pais de filhos atípicos que integram a corporação.
Pais e responsáveis puderam trocar experiências de forma educativa e acolhedora, encontrando suporte e fortalecendo laços. A ação também tem o objetivo de unir ainda mais a corporação, que sempre almeja ir além do ambiente institucional, buscando compreender a rotina dos responsáveis, urgências familiares, aspectos legais e demandas, demonstrando que além do serviço efetuado na corporação, os militares também podem encontrar no trabalho um ponto de apoio.
O autismo e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são dois transtornos do neurodesenvolvimento que implicam em muitas dificuldades e desafios que demandam cuidados e atenção especial dos pais e responsáveis. O autismo é caracterizado por desafios na comunicação, interação social e por comportamentos repetitivos ou interesses restritos e pode se manifestar de diferentes formas, com graus diferentes graus de intensidade. Já o TDAH envolve dificuldade em manter a atenção, impulsividade e hiperatividade. Ambos os casos demandam muita atenção e cuidados dos responsáveis, que são assegurados pela legislação e possuem benefícios que garantem sua saúde e integridade enquanto cidadãos e colaboradores.
Os pais de crianças atípicas costumam enfrentar diversos desafios, tanto em aspectos emocionais quanto práticos, ao lidar com as necessidades específicas de seus filhos. Essas dificuldades exigem uma rede de apoio forte, tanto familiar quanto institucional, para ajudar as famílias a enfrentarem os desafios e melhorarem a qualidade de vida das crianças e de todos os envolvidos, e esse é o objetivo do CBMAL.
"A gente morre pelo filho, mas a gente não vive pelo filho! Não temos tempo para comer bem, dormir bem e tampouco nos cuidar. Mas estamos e devemos estar firmes pelo nosso filho". Esse foi um trecho do relato emocionante da sargento Ana Pátria, mãe de dois filhos atípicos. Ela é mãe de uma adolescente de 14 anos com TDAH e dislexia, e do Fernandinho, que possui autismo nível um. Durante o encontro, ela relatou suas experiências e a relação de amor e respeito com os filhos, enfatizando a necessidade de intervenção pública para garantir o tratamento dos filhos.
O tenente-coronel Aubert explicou como surgiu a ideia de criar o grupo de apoio. “O encontro surgiu através da sargento Karla Lídia e da sargento Daniella pela experiência que elas têm em outros encontros que já fazem desde o ano passado. Nesses pequenos grupos sempre surgia alguns anseios desses pais, e ao juntar esses relatos de experiência, surgiu a necessidade do núcleo fazer esse encontro, com o intuito de deixar esses pais como protagonistas mesmo. Onde podem ser transmitidos os anseios, as reivindicações dos próprios pais e a busca dessa rede de apoio no trabalho, ainda que muitos deles tenham a sua rede de apoio familiar e amigos, acredito que a rede de apoio no trabalho também seja essencial.”, afirmou.
A sargento Karla Lídia, que é terapeuta ocupacional, destacou as abordagens e os temas que serão discutidos durante as reuniões e a importância da criação de uma política de conscientização dentro da corporação. “Iremos tratar de diversas abordagens sobre esse assunto, compartilhar experiências, promover um ambiente acolhedor, para que o militar se sinta valorizado, e perceber que sua necessidade não está invisível diante do quartel. Falar sobre as leis, atualizar os colegas, compartilhar experiências desse tema muito atual e delicado. E estamos aqui para isso, para tratar o militar, cuidando dele, cuidando de quem cuida.”, enfatizou a sargento.
O encontro evidencia o compromisso do CBMAL com os servidores através da promoção de ações que visem construir e intensificar ainda mais a rede de suporte e empatia no âmbito não apenas profissional, como no pessoal.