Kitty sofre de insuficiência renal crônica e necessitava de uma transfusão sanguínea
Por Alan Fagner
Doar sangue já faz parte da rotina de muitos bombeiros militares, por isso, pacientes que necessitam de sangue buscam o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) diariamente. Na última quarta-feira, 14, a corporação recebeu um pedido diferente: dessa vez, era a cadelinha Kitty quem estava precisando de doação e foi Scooby, do Canil de Busca e Salvamento, o doador.
A doação foi realizada na clínica veterinária “É o Bicho”, que está cuidando de Kitty. A cadelinha de 16 anos sofre de insuficiência renal crônica e por isso não produz hemácias suficientes. Com a transfusão, sua quantidade de hemácias pode aumentar e assim, ela pôde passar por um procedimento de diálise peritoneal (tipo hemodiálise) pra retirar substâncias tóxicas do seu organismo.
“Eu queria agradecer ao Corpo de Bombeiros pela disponibilidade em ajudar. Nunca tive um cão nessa situação antes e não foi fácil encontrar um doador saudável e no porte do Scooby. Parabéns Scooby e que você possa ainda salvar muitas vidas”, agradeceu Fernando Kenji, tutor da Kittty.
PROCEDIMENTO SEGURO
Não existe ainda em Alagoas bancos de sangue para cães, mas existem clínicas como a "É o Bicho" que realizam o procedimento quando necessário. A cabo Francesca Lins, veterinária formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), explica que o procedimento é seguro e que não faz mal ao animal doador.
“Esse é um procedimento necessário e que salva vidas. Sem a transfusão, a cadelinha provavelmente viria a óbito. Vale ressaltar que é muito seguro, não oferecendo nenhum risco ao animal doador”, disse a cabo.
COMO SE TORNAR DOADOR
Como não existem bancos de sangue, as clínicas fazem cadastro dos animais doadores. Buscando incentivar e ampliar as doações, algumas dessas clínicas oferecem banhos e vacinas como contrapartida. Para doar, os animais devem seguir os seguintes pré-requisitos:
- Ter entre 1 e 8 anos;
- Ter mais de 25 kg;
- Estar saudável;
- Ter temperamento, preferencialmente, dócil;
- Sendo fêmea, não estar no cio;
- Não ter passado por transfusão ou procedimentos cirúrgicos nos últimos 30 dias;
- Não fazer uso de medicação contínua;
- Ter controle de pulgas/carrapatos.
Dois dias após a transfusão, Kitty já consegue ficar em pé, apesar de sua condição de saúde continuar delicada. Agora Scooby e Kitty estão ligados para sempre e o Corpo de Bombeiros torce pela sua recuperação.