No Scoutcamp eles aprenderam sobre a fauna e a flora local, cozinharam a própria comida e participaram de trilhas e instruções
Por Alan Fagner
Cozinhar a própria comida, acender fogueiras, resgatar um amigo em perigo na floresta, estas e outras tarefas foram realizadas pelas crianças do Grupo Escoteiros do Fogo Charlie Bravo Zero (CB0193) durante o Scoutcamp. As atividades ocorreram na Reserva de Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) da Usina Coruripe, buscando estimular a sociabilidade e a autonomia das crianças.
“Um dos pilares do movimento escoteiro é a vida ao ar livre, então a tropa escoteira, como os lobinhos, cada ramo tem um objetivo. O lobinho é a socialização, a tropa escoteira, a autonomia. Essa autonomia eles vão conquistando com as atividades que vamos desenvolvendo ao longo do ano”, disse a chefe Aldrey Mota, que também é mãe da Júlia, da tropa escoteira.
Aldrey falou ainda que essa autonomia é estimulada, inclusive, na hora de escolher as atividades que vão ser realizadas pelo grupo. “a cada ciclo, eles definem o que gostaria de ter e aprender. Então eles aprendem sobre democracia, escolha e responsabilidade das suas escolhas. Nesse ciclo eles queriam um acampamento com duas noites. Aí a gente lança desafios que fazem com que eles aprendam cada vez mais”, explicou.
Lobinhos são as crianças entre 6 e 10 anos, já a tropa escoteira é formada é formada por adolescentes entre 11 e 14 anos. Os lobinhos não acamparam desta vez, mas visitaram o local onde aprenderam sobre árvores da mata atlântica, conheceram sementes e plantaram mudas que puderam levar para casa.
Já a tropa escoteira dormiu por duas noites na reserva e enfrentaram desafios maiores. Além de serem responsáveis pela própria comida, montaram suas barracas, acenderam fogueiras, aprenderam a construir móveis de bambu, realizaram trilhas, utilizaram a bússola, simularam um resgate em meio a mata, além de aprenderem sobre responsabilidade socioambiental.
Arthur de 11 anos ingressou como lobinho e agora está na tropa escoteira. Ele conta que o Scoutcamp excelente e nada cansativo. “O acampamento foi ótimo, as instruções legais, não foi cansativo, todo mundo saiu com sorriso no rosto e de cabeça erguida para seguir adiante no movimento. Foi uma coisa espetacular, não tenho palavras para descrever”, disse ele, que ainda revelou a instrução que mais gostou: “A instrução que mais gostei foi a de culinária mateira, porque tive a oportunidade de mexer com ferramentas que nunca manuseei, como a picareta e o cavador”.
A RESERVA DA BIOSFERA
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica da Usina Coruripe é uma unidade de conservação com a maior reserva de pau-brasil nativo do país. Em Coruripe, são 157 hectares de mata preservada de RBMA, além dos seis mil hectares do mosaico completo da empresa em Alagoas. Há o monitoramento da fauna e da flora, visando coibir atividades ilícitas.
“Essa área aqui é uma unidade de conservação e recebeu esse título dado pela UNESCO, como área de relevante interesse ecológico. Aqui são desenvolvidas algumas atividades que é a proteção da biodiversidade, geração de conhecimento científico e a geração de desenvolvimento sustentável. Aqui somos guiados por esses três pilares”, explicou Luzenilton Morais de Brito, analista ambiental responsável pela RMBA – Coruripe.