Proposta de continuidade para 2020 também foi tratada durante a reunião
Por cabo Thássia Santos
O Projeto “Cuidando de quem cuida” vem sendo desenvolvido desde abril deste ano, junto aos bombeiros militares do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (CIOSP). Conduzido voluntariamente por um trio de psicólogas, dentre elas a cabo Danielle Oliveira, os resultados do projeto foram apresentados na manhã desta terça-feira, 1º, ao Comando Operacional da Região Metropolitana (CORM), momento em que também foi tratada a continuidade do acompanhamento em 2020.
Segundo o tenente coronel Alan Leite, comandante do CORM, os bombeiros lidam diariamente com situações traumáticas e na central 193, os militares recebem esse primeiro contato com uma alta carga de responsabilidade e tomada de decisões. “Sabemos da carga que é recebida ao atendermos as ocorrências durante o dia a dia do serviço. É um cuidado que temos que ter com nossos militares e esse projeto é essencial para continuarmos essa atenção. Sabemos que não separamos mais o ser humano do profissional, porque além das questões de trabalho existem as questões pessoais, familiares, como também o inverso. Agradeço imensamente pelo trabalho de vocês e vamos levar o projeto, junto com a Superintendência de Valorização de Pessoas, para o Comando Geral para analisarmos a continuidade no próximo ano, inclusive podendo estendê-lo a outras unidades da corporação”, explanou o tenente coronel.
Para a cabo Danielle Oliveira, voluntária do projeto e integrante do CIOSP, a iniciativa vem promovendo um espaço importante de discussão e vínculo. “Percebemos que desde a implantação da ação as pessoas estão cada vez mais participativas e ganhando mais confiança, porque no início é um pouco difícil estabelecer esse vínculo. Nós sabemos que quem participa é porque gosta, e eles relatam que se sentem muito acolhidos, pois é um lugar para falarmos das emoções, acolher e sermos acolhidos, além de trabalharmos a atenção à saúde mental. Estamos muito felizes com a evolução desse trabalho”, contou ela, explicando que os encontros acontecem mensalmente na sede da Secretaria de Segurança Pública e envolve rodas de conversa, dinâmicas de grupo, entre outras formas de abordagem, inclusive com a indicação de encaminhamento, caso seja verificada a necessidade, de um tratamento com psicoterapia.
A cabo Danielle relatou ainda a intenção de realizar uma pesquisa epidemiológica junto à Superintendência de Saúde para verificar quais são os principais motivos de afastamento do trabalho entre os integrantes do CBMAL e assim, poder propor uma linha de acompanhamento. Além da militar, as psicólogas Elen Oliveira e Karolayne Melo desenvolvem o projeto de forma voluntária.