De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são responsáveis por 23% das mortes em todo o mundo. Pesquisas apontam que uma vítima presa às ferragens tem oito vezes mais chances de morrer do que vítimas não presas. O Brasil é um dos países com maior número de mortes no trânsito na América.
Esses e outros dados foram apresentados pelos participantes da mesa redonda “Preso nas ferragens”, ocorrido nesta quarta-feira, 9, no XXIX Congresso Pan-americano de Trauma. Cada participante teve 15 minutos para discutir um assunto relacionado ao tema da mesa, para somente em seguida, realizar uma discussão entre eles e a plateia.
TECNOLOGIAS E TÉCNICAS
O tenente Rafael Duarte, integrante da Comissão Nacional de Salvamento Veicular (CONASV), abordou o tema “Salvamento Veicular: tecnologias e técnicas” onde buscou apresentar medidas que foram ou podem ser adotadas a fim de prevenir e diminuir os danos causados por acidentes de trânsito.
“A Lei Seca é um exemplo que tem dado certo em Alagoas. Ela mudou o perfil da vítima de acidentes de trânsito no estado. Diminuiu bastante o número de acidentes envolvendo pessoas alcoolizadas”, afirmou o oficial.
O tenente Duarte falou ainda sobre o desenvolvimento do Salvamento Veicular no Brasil, ressaltando a importância da interdisciplinaridade, a integração de ações com outras instituições como o SAMU, e a organização e integração nacional por meio da Conasv, como essenciais para contínua evolução da área em todo o país. O militar também destacou a realização de eventos, como o Rescue Days e o Encontro Nacional de Salvamento Veicular (ENSALV), este último ocorrido em Alagoas.
Finalizando, pontuou que hoje há uma globalização das técnicas. “Usamos aqui em Alagoas os mesmos equipamentos usados em qualquer lugar do mundo e para isso, precisamos saber como utilizá-los”, disse.
RESGATE SUBMERSO
Já o major Valdomiro Cavalcante, abordou o tema “Resgate submerso”, comandante do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), onde descreveu as peculiaridades do atendimento de vítimas de trauma em que o veículo fica total ou parcialmente submerso.
O major constatou que, sendo muitas de nossas cidades margeadas por rios, lagoas e praias, ocorrências deste tipo não são tão incomuns quanto se imagina. Além disso questões como estabilização do veículo e agravantes como o afogamento foram destacados.
“Fico bastante satisfeito em ver que o salvamento veicular tem se tornado assunto para uma abordagem científica, pois isso ajudo no desenvolvimento da área. A expectativa é de que o salvamento veicular evolua muito mais”, afirmou o oficial.
DEMAIS PARTICIPANTES
Antônio Toshimitsu Onimaru, médico do Ministério da Saúde, abordou a “Organização de estratégias” em acidentes de salvamento veicular, onde apontou, dentre outros tópicos, perspectivas de maior integração entre os órgãos que realizam o atendimento de vítimas de trauma.
A médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, com o tema “Atendimento em rodovia”, falou sobre os acidentes em rodovias e suas características, destacando o atendimento realizado em rodovias licenciadas.
As palestras foram acompanhadas por cerca de 120 pessoas, entre médicos, enfermeiros, socorristas e outros profissionais da saúde vindos de todo o país.
AFOGAMENTOS
Nesta quinta-feira, 10, será a vez do tenente coronel Jack Emerson Viana de participar de uma mesa redonda com o tema “Afogamentos”. O oficial apresentará um trabalho sobre epidemiologia brasileira. A apresentação será às 14h45, na sala Ponta Verde do Centro de Convenções de Maceió, localizado no bairro do Jaraguá.