CBMAL

PRIMEIRA TUBAROA SE FORMA NO CSMAR NA HISTóRIA DO CBMAL

  • 01/11/19
  • 13:11

Soldado Joyce arrancou emoção e alegria na formatura de encerramento

Por Stephany Domingos

E este Curso de Salvamento no Mar teve um sabor especial. Foi marcado por orgulho e representatividade e trouxe para o CBMAL a força e garra da bombeira militar que em meio a tantas dificuldades chegou, ficou e firmou seu lugar representando cada bombeira militar da corporação.

A soldado Joyce Maria é bombeira desde 2010 e o mar sempre foi sua segunda casa. Surfista e crescida no Ouricuri, na praia da Avenida, quando ela entrou para a corporação o desejo sempre foi ser guarda-vidas, o que conseguiu realizar em pouco tempo. E então a vontade se tornou outra, se especializar. E foi com esse objetivo que Joyce treinou incansavelmente em dias de serviço e folga.

E quando foi publicado o edital do curso ela se sentia mais preparada, e assim aconteceu. Mãe de um casal, Lua e Fran, de 12 e 07 anos respectivamente, durante muitos dias dessa jornada ela precisou deixá-los doentes com seus pais, não dormir e acordar com eles, nem estar presente em diversas situações da vida deles, mas mesmo assim ela foi lá e fez história. Ela comenta que nesse período, seus pais foram pais dos seus filhos e ela muitas vezes se pegou chorando, cabisbaixa e abalada por precisar abdicar desta parte de sua história para alcançar outra. E valeu a pena? “Se valeu!”, disse a tubaroa. “Eu não estava só. Eles estavam comigo todo o tempo. Meus pais fizeram esse curso comigo também, e eu tive os melhores amigos quando era mais importante".

Ela lembra de um dos momentos mais difíceis do curso em que sua filha, que tem diabetes tipo 1, teve uma disfunção no ajuste de insulina e coincidiu com o período que a Marinha decretou ressaca no mar. “Minha cabeça não estava boa, eu não estava bem, e o mar estava enorme. Foram muitas ondas na cabeça e eu  já não aguentava e pensei em desistir, então Deus mandou o cabo Tarsis para o meu lado  e ele disse 'não, você não vai voltar, levante a cabeça e siga' e era tudo que eu precisava ouvir. Ele me deu forças para continuar. Então continuei, passei por esse dia e tive a certeza que com o meu melhor, força e determinação eu chegaria ao meu objetivo final”, disse Joyce.

Então perguntamos se ela enxergava a dimensão da história que construiu e ela sorriu. “No início não. Foi mais ou menos da metade para o final que eu comecei a enxergar. Eram tantas pessoas falando comigo, me dando força que a minha ficha caiu. E que responsabilidade! Hoje me sinto muito orgulhosa de ter conseguido chegar até aqui e poder incentivar outras mulheres a tentarem também”, finalizou a primeira tubaroa da história do CBMAL que não conseguiu conter a emoção em meio a tantas homenagens e muitas lágrimas de todos os presentes na formatura final.