CBMAL

“QUANDO A MULHER QUER, ELA VAI Lá E FAZ”

  • 08/03/16
  • 14:03

E é esse o lema da soldado Andreza, primeira mergulhadora do CBMAL, que neste dia da mulher, representa todas as bombeiras militares de Alagoas

No dia em que o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas tem orgulho de ter em seu quadro cerca de 230 mulheres entre majores e soldados, mulheres que se viram nos trinta para dar conta de uma vida repleta de afazeres pessoais e profissionais. Mulheres que muitas vezes saem com o coração apertado para serviços de 24h, deixando seus bebês em casa; que são multitarefa, multiaprendizes e multicompetência. Mulheres que são bombeiras de coração e alma e que fazem tudo com a maior dedicação possível.

Então neste dia, as mulheres bombeiras merecem ser homenageadas pelo que representam e pelo que fazem pela corporação. E para representar todas as bombeiras militares, temos a soldado Andreza de Andrade que com seus 33 anos de idade e quase 10 anos como bombeira, é a primeira mergulhadora do CBMAL.

Andreza é daquelas mulheres que não conseguem ficar paradas e se reinventam a todo momento. Soldado desde 2006 quando o CBMAL teve a maior entrada de mulheres por concurso público de toda a sua história, ela já passou por seções administrativas, pelo combate a incêndio, pelo projeto bombeiro mirim, é condutora de viatura e está treinando para em breve compor a guarnição de mergulho da corporação. Ela tem cursos de atendimento pré-hospitalar, de salvamento ambiental, de salvamento veicular, de condutor de embarcação, de voluntário de emergência, de mergulho, e está fazendo o de condutor de viatura de emergência. Além disso, a militar é formada em direito e administração e pós graduada em direito penal e processo penal. 

Ela diz que antes de realizar o concurso público que garantiu seu ingresso à corporação, nunca pensou em ser bombeira. Trabalhava em empresa privada, mas percebeu que precisava de mais estabilidade, então se inscreveu, estudou e passou. E logo se apaixonou pela profissão, que a ensina a viver dentro e fora dela.

Dentro de uma instituição tradicionalmente masculina, as mulheres, como não poderia ser diferente, vem conquistando seu espaço em todas as funções e desempenham serviços que antes eram exclusivos dos homens. Além de tudo, Andreza é faixa azul de jiujitsu e treina há dois anos quando o centro de treinamento da equipe Sandro Melo JiuJitsu do Grupamento de Salvamento Aquático foi inaugurado sob as aulas do mestre Paulo Rodrigues, também bombeiro militar. Quando começou a praticar a arte suave foi bombardeada de todos os lados. "Lugar de mulher não é no tatame", ouvia. Mas ela já estava acostumada a enfrentar diversos tipos de críticas e preconceitos e seguiu em frente. E como pioneira na prática desse esporte na corporação, hoje ela levou para a prática do jiujitsu outras bombeiras militares que provam, dia após dia, que lugar de mulher é onde quiser, inclusive no tatame.

 

“A mulher ainda é considerada o sexo frágil, e quando os homens veem as mulheres desempenhando os serviços que executamos aqui ainda pensam que nós não faremos bem feito como eles acham que fazem. Infelizmente o preconceito ainda existe, mas ele nunca me atingiu. Sempre vi mais como preocupação do que como preconceito. Quando eu era condutora, por exemplo, e precisávamos fazer viagens longas, muitas vezes os meninos nem dormiam, ficavam me alertando durante o trajeto, mas depois de um tempo foram relaxando”, relatou.

Para ela muito também depende da mulher, que tem que estabelecer e fincar seu espaço e mostrar que executa muitos serviços igual aos homens e às vezes até melhor, afinal, todos são habilitados para fazerem as mesmas coisas. “As diferenças que existirem devem ser respeitadas, é claro, mas também existem as compensações e uma mulher quando quer fazer parte e ter seu espaço, corre atrás e faz”, completou.

Sobre sua função como mergulhadora, ela diz que nunca havia pensado nisso, mas como sempre estava em contato com os mergulhadores, foi perguntando e se interessando pelo serviço, passou a fazer uns mergulhos recreativos e aos poucos foi se apaixonando. Hoje ela participa de algumas ocorrências e denomina o serviço como “sinistro”, mas um sinistro bom, que ela vem gostando mais dia após dia.

 

“Eu acho que estou onde devo estar. Procuro sempre aproveitar as oportunidades, me conhecer mais, ver onde posso produzir mais, desempenhar melhor meu trabalho e onde estarei mais feliz e por isso digo que estou onde devo estar”.

Andreza ainda não se considera uma mergulhadora e sim uma mergulhadora em construção. Ela tem o curso básico de mergulho, e esse foi o curso que deu o conhecimento fundamental para iniciar nas atividades de mergulho. “Então eu conversei com meus amigos de guarnição para ir participando das ocorrências aos poucos, me preparando para futuramente me considerar uma mergulhadora do CBMAL”, finalizou a bombeira, dizendo que ser a primeira é maravilhoso poque quebra barreiras e preconceitos e abre caminho para outras bombeiras também se arriscarem. "Lá eu tenho todo o apoio do mundo dos mergulhadores e do meu comandante e isso faz muita diferença para continuar com a sede de aprender. Ainda quero aprender muito e viver dentro da corporação, evoluindo sempre", encerrou.


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